segunda-feira, 12 de julho de 2010

CARTA À ARNALDO JABOR

Caro Arnaldo Jabor,

De longas datas te ouço,vejo e leio... Desde sempre eu admiro sua críticas lúcidas e às vezes discordo sua dramaticidade excessiva,porém, brilhante é o trabalho do retumbante jornalista...

http://www.youtube.com/watch?v=6pJuVhTYbJw&feature=player_embedded

Aqui acia está o video postado pelo jornalista veiculado dias atrás na coluna do Jabor no Jornal da
Globo...
Primeiro momento ao ver este vídeo senti um pouco de verdade arrepiando meus poros...Sentia a vergonha de reconhecer que a miséria ainda é ingrediente do meu povo nordestino,da minha estrela radiosa Alagoas! Confesso, que concordo com essa iséria retratada no texto... Porém existem alguns pontos discordantes:

- O início se dá pela pergunta: "você já viajou pelo interior de Alagoas?"
Eu conheço o estado aos 4 cantos, os 102 municipios (alguns até os povoados eu conheço)...Sei que não conheço a totalidade do estado mas eu me garanto em saber retratar a realidade de cada cidadela do meu estado...

- O jornalista diz: "alguns meses eu fui de carro durante uma hora até um cidade perto de Maceió, parecia um deserto vermelho de barro".. Aí Arnaldo, vou discordar... O senhor não veio à Alagoas!
Uma hora distante de Maceió o senhor poderia ter pego a AL 101 Norte, por volta de uma hora estaria em São Luis do Quitunde(terra natal da minha mãe), cidade há 68km litoral norte repleta de cana-de-açúcar as margens da estrada, sempre à direita viria as cidades de Paripueira e Barra de Santo Antonio anes de chegar em São Luis do Quitunde, por essas bandas não há barro vermelho, há um solo rico sim, porém, mais escuro, misturado ao adubo canavieiro que está presente em nosso solo antes do descobrimento...
Mas o senhor poderia estar indo rumo ao litoral sul, pela AL 101 Sul, por uma hora estaria em Jequiá da Praia(minha terra adotiva) que dista 64 km da capital, antes passaria por Marechal Deodoro belíssima cidade de arcevo cultural e arquitetônico envolto em ilhas e lagoas, passaria por Barra de São Miguel pegaria o trevo do Gunga(uma das mais belas praias do mundo,com certeza), e assim chegaria em Jequiá da PRaia...Viria apenas cana-de-açúcar às margens das pistas e nenhum barro vermelho nas entranhas dessas cidades...
Mas logo mais a frente no vídeo o senhor num sotaque nordestinês achamascado de ironia citava o nome de Renan (Calheiros) e Lyra (João Lyra)...Entedi que o senhor deve ter pego a BR 101 rumo à zona da mata norte do estado.. Terras férteis, repletas de usinas de cana-de-açúcar mostrando que a monocultura do açúcar impera ainda em nosso estado... Porém, não há barro vermelho neste solo! E sim, uma terra preta adubada pelo homem, agredida e envolta de uma mata atlântica conservada...
Renan tem suas terras à margem esquerda antes de chegar em Murici (terra natal da familia Calheiros), herdadas do Major Olavo, o pai dele e do Deputado Olavo e tantos outros irmãos que herdaram estas terras... Antes de Murici passamos por Rio Largo e Messias, cidades ainda na região metropolitana de comércio forte e uma zona industrial que está começando à se consolidar em nosso estado através do ingresso de multinacionais dos ramos alimenticio, vestuário, siderurgia e até química. Lyra tem suas terras em União dos Palmares, sua usina que fora devastada pela chuva e enfim, sua trajetória de vida é fada ao trabalho de um industrial que herdou juntamente à um irmão, juntos: uma usina.. E hoje somados possuem mais que uma dezena de industrias no país e algumas nos EUA!

Concordo quando o senhor relata miséria visivel, as almas penadas que vagueiam implorando socorro... A miséria é marca de minha terra,ainda! O feudalismo é latente em pleno Século XXI,ainda, a oliguarquias existem SIM...Disso tenho certeza! Mas ao invés de escolherem laranjas eles os matam...
Os municipios paralíticos se dão pela sobrevivência das pequenas cidades brasileiras que apenas se suportam através do FPM - Fundo de Participação do Municipio, um repasse do Governo Federal à essas cidades!
A tragédia 'fixa e invisivel' é concreta e real sim, porém a solidariedade de nosso povo sempre existiu mesmo antes deste fato... Nós alagoanos somos considerado o povo mais hospitaleiro do país, sabemos receber o turista visitante, mas aliado à isto existe dentro de nossos corações um espírito de solidariedade tremendo, que foi mostrado nessas épocas abastardas. Talvez seja por isso, que por sermos tanto solidários e hospitaleiros, os portugueses nos trataram com desdém em relação à nossa ingenuidade. Mas não tem porque se espantar, nós Alagoanos expulsamos Maurício de Nassau através do libertador das Américas Alagoano "Calabar"... E pouco a pouco iremos espantar os coronéis dessas oligarquias que assolam nosso povo, dilaçeram nossas almas penadas e usurpam do direito mais puro e humano: o direito de sonhar!

Avante Alagoas;

E Arnaldo, nós, os Alagoanos de bem contamos com sua ajuda!

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